Track&Field sai do prejuízo e lucra R$13,4 milhões no 2o tri com digitalização

13 de agosto de 2021

Track&Field sai do prejuízo e lucra R$13,4 milhões no 2o tri com digitalização

Valor Econômico

A companhia reverteu prejuízo líquido contábil de R$ 1,38 milhões, reportado no mesmo período do ano passado

Por Luiz Henrique Mendes, Valor — São Paulo

A tendência de roupas mais confortáveis e a digitalização puxaram os resultados da Track&Field no segundo trimestre. A empresa reportou um lucro líquido de R$ 13,4 milhões no período, um desempenho superior ao resultado do mesmo período de 2020, quando a chegada da pandemia prejudicou a companhia, que havia registrado um prejuízo líquido contábil de R$ 1,38 milhões.

Em bases ajustadas — excluindo o efeito do IFRS-16 e os custos para transferência do centro de distribuição, inaugurado em junho —, a Track&Field lucrou R$ 13,9 milhões, 30 vezes mais que o resultado do segundo trimestre do ano passado, quando o lucro ajustado totalizou R$ 460 mil.

Em entrevista ao Valor nesta quinta-feira (12), o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Fernando Tracanella, ressaltou o forte crescimento das vendas, superando os níveis pré-covid. No segundo trimestre, a venda ao consumidor final (sell-out) da empresa aumentou 338% na comparação anual, para R$ 176,7 milhões. A receita líquida quadruplicou, chegando a R$ 94,4 milhões no trimestre.

“Quando comparamos com os números do segundo trimestre de 2019, a taxa de crescimento é robusta, de 84%, ressaltou Tracanella, lembrando que a base de comparação do mesmo intervalo de 2020 acaba distorcida pelo efeito inicial da pandemia, com grande parte das lojas fechadas.

Desde o ano passado, a Track&Field bate na tecla da ampliação de seu mercado endereçável. Com mais pessoas em busca de uma vida saudável, o crescimento se intensifica. A empresa também aproveitou para abrir oito novas lojas no segundo trimestre, disse Tracanella.

Mais do que aproveitar a tendência, a Track&Field vem conseguindo crescer com rentabilidade, argumentou Tracanella. No segundo trimestre, a margem bruta da companhia ficou em 59,6%, acima dos 58,6% no segundo trimestre de 2020 e praticamente estável na comparação com os 59,7% registrados no mesmo intervalo de 2019, no pré-pandemia. “Crescemos diluindo custos”.

No segundo trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 20,1 milhões, com margem de 21,3%. É mais de 19 vezes o resultado do mesmo trimestre do ano anterior. O Ebitda ajustado totalizou R$ 17,8 milhões.

 

Vendas pelo WhatsApp

Na avaliação de Tracanella, as iniciativas digitais da companhia também mostram o resultado. As vendas a partir do social selling (basicamente, pelo WhatsApp) já respondem por mais de 30% dos negócios do grupo.

Além disso, a fatia do ecommerce aumentou, passando de 3% antes da pandemia para um fatia entre 8% a 10%, atualmente. A companhia também adotou a multicanalidade. Das 268 lojas, 205 já funcionam como pontos de estoque e agilizam a logística (“ship from store”) ou para a retirada nas lojas de pedidos on-line dos clientes (pick up in store).